Veja
só como é bonita a tua cama com outro par. (Lupe-de-Lupe)
Impossível
traduzir sentimentos no limite estreito da linguagem. A abstração representada
por palavras como perplexidade ou angustia, nada dizem do que a carne
lamenta. E por mais que você repita a si mesmo que não quer cumprir este papel,
é impossível não se flagrar pensando sobre comportamento, porque é inevitável
atribuir sentido moral a qualquer ato humano que não seja abrir os olhos pela
manhã.
Não consigo nem ao
menos conversar com quem tenha o habito de enxergar beleza nas arvores, nos
poemas ou ainda na melancolia cinza das cidades grandes.
Ou muito menos com
aqueles que nutrem amor incondicional aos velhos e suas passadas curtas nas
calçadas de Goiânia.
Com os que param para
alimentar cães famintos nas ruas.
Jogam migalhas ao
pombos e moedas ao mendigos.
E hoje tu és tudo isto que
me enoja e ainda um pouquinho mais.
‘’Ainda bem que existem
os feios. No plural. Assim, um dia eles se encontram e nos deixam em paz. A
beleza só existe se absoluta. Não se orna ouro com barro’’. Dias atrás, lembrei-me
dessa sua frasezinha clichê; e só me restou gargalhar.
Gargalhar baixinho,
com a mão esquerda
cobrindo minha boca do jeito que você não gosta.
Nunca gostou.
Mas fingiu gostar por
três quase quatro anos. Fingiu gostar na sala, fingiu gostar na cozinha, e sobretudo no
quarto. Fingiu igualzinho minha cadelinha fingi bons modos quando quer mais
ração.
É engraçado como tudo
muda diante de uma noticia, né?
Um simples fato banal.
Carnal. Uma única noite?
Duas noites?
Quinze minutos?
Quinze minutos entre um
antes e um depois.
Tragédia grega.
Até ontem eu te amava.
Hoje rogo aos céus para que dê positivo.
Peço que sofra.
Mas, infelizmente, não
estamos mais em 1981. Hoje tudo melhorou. 10 ou 12 comprimidos por dia bastam
para alguns organismos.
Diarreia, sangue, dor
de ouvido. Efeitos colaterais que ainda acontecem.
Felizmente.
Fraldas? OH Deus! Eu
lhe imploro, fraldas!
Ah, como eu queria
vê-lo definhar.
Murchar todinho
Ficar magrinho.
Magrelinho.
Ficar com cara de
doente.
A cara da mentira você
já tem.
A boca fala do que o
coração está cheio.
Hoje entendo suas
piadinhas, repentinas, de uma hora para outra. Você tava com medo, não é?
Medinho de morrer rs
Medinho de morrer
sabendo que ninguém lembrara de ti. Talvez, lembrem-se do seu sofrimento
perante a doença. Dos seus últimos dias de agonia. Cadeira de rodas e hematomas,
talvez.
Mas de ti? Ninguém
comentaria.
Sua salvação,
Seu legado no mundo,
sua historia, seriam narradas por mim.
Mas você fez questão de
matar-me primeiro.
Morto não fala.
Morto não trai.
Morto não mente.
Ai, ai... Que azar
hein, Paulinho? Celular sem senha no lugar errado. Mensagem na hora errada.
Você tomando banho na hora errada.
Homem-erro.
Assim te chamarei a partir de agora.
‘’ O que deu o exame?’’
Foi com ela? Com a
mocinha da foto? Aposto que sim. Branquinha com cara de morta.
Branquinha e, talvez
neste momento que escrevo, já morta.
Covardizinha que não aceitou morrer só.
Vai levar mais três ou
quatro Paulinhos pra cova junto com ela.
Mais feia do que eu.
Muito mais feia do que
eu.
Ao menos minha cara é
de mulher viva.
Não mistura-se barro
com ouro.
A beleza só existe se
absoluta.
Posso vê-lo falando as mesmas bostas para a menina-cadáver
As mesminhas.
O mesminho de sempre.
Primeiro tira a calça.
Beijo e sexo oral.
Depois a camisa.
Rir.
Não consegue levar nada
a serio. Nem mesmo uma trepadinha. Uma traiçãozinha de uma noite só. Uma noite
só rs
Rir.
Ela rir/ Eu já rir
também um dia
Já era.
Se riu é porque pode entrar.
Tá dentro
Tá fora.
Tá dentro.
Tá fora.
Tá duro
Tá mole.
Tá vivo
Tá morto.
Uma noite só.
Um restinho de vida.
Um restinho de vida.
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