sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Poema de dissolução

apoiou sua cabeça em meu ombro
E feito passarinho aprumou-s em mim, e dizendo sentir frio, enfiou suas mãos por debaixo de minha blusa verde-limão.
Eu tentei beija-la.
Foi ali na altura da Avenida 85, no ponto de ônibus numero 163,
Onde ela me disse não.

Não, enquanto eu estivesse com a outra.
Não!
             ''aquilo era errado''.
Ela ainda acredita em certo e em errado.

Eu não ligo para a outra
E isso faz ela gostar ainda menos de mim.
Ela cerrar os lábios,
Me encara com o olhar de quem diz ‘’me beija’’, mas vira o rosto e sorrir quando tento fazê-               lo.  
Escorro a língua pela pele de seu rosto,
Deixando-a toda babada
 Ela solta uma gargalhada baixinha. Ela não faz nada alto.
Ela gargalha
 A gargalhada mais bonita e silenciosa que já ouvi na vida.

Eu tento beija-la mais uma vez.
Ela diz não
Fecha o semblante. Fala da outra.
Ela gosta da outra, mais do que gosta de mim.


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