sábado, 2 de agosto de 2014

Grindhouse poetica



Recado para meu homem:

Miguel, esqueça intencionalmente o Drummond em casa.
Venha só.
Quero você e sua boca.
Vazia.
Não me afronte com qualquer tipo de poesia ou literatura.
Deixe o Cervantes, o Ariano e não ouse me falar dos alemães!
 
Não traga os livros para cama, não hoje. 
Cansei Miguel!
Quero você sem camisa, em grunhidos intraduzíveis.
Quero você nu. De pau duro, e de boca fechada.

Sejamos ''docemente pornográficos'' sim, Miguel, mas dessa vez, em ato.
Ereção narrada de nada me vale.

Você trepa Miguel. Eu sei.
Trepa com Virginias e Clarices. Trepa assim desde jovem, desde sempre. Quantas damas já passaram por sua cama? Velhas, jovens, lolitas? Qual você prefere? Você tem cara de quem gosta de clássicos. De mulher que trepa certinho.
Mas venha cá, Miguel.
Aqui só entre nós, você já lambeu uma buceta de verdade?
Você já sentiu o gosto de uma mulher?
Responda!

Sabe Miguel, tem cheiro, tem gosto e tem sons.
E isso nem os melhores livros traduzem...
Você é metódico, Miguel. Faz tudo certinho. É você quem organiza os livros por ordem alfabética, não é? Ou seria Renato?
Enfim Miguel, você trepa errado. Aprendeu tudo errado nos livros.
Miguel, entenda de uma vez por todas: Quem escreve bem, trepa mal.
Venha Miguel, me chupa.
Eu te ensino.
É Agosto.
As férias acabaram.
O que você fez? O que você leu?
Alguma menina da faculdade te ligou?
Todos te amam naquela porra!
Mas ao menos uma delas, pelo menos umazinha, já deu pra você?
Você fica perdido sem ir naquela merda.
Mas a merda Miguel, estar por toda parte: Aqui, lá. Em mim, em você. Não tenha nojinho, ao invés disso caia de boca.
Foda com todas.
A começar por mim.

Goiânia vai ficar quente, Miguel.
Vai virar o inferno.
Agosto é sempre assim ...



Nenhum comentário: